Algumas descobertas da ciência mudaram para sempre a vida de milhões de pessoas. Um delas foi descoberta da insulina em 1921 por Frederick Banting e Charles Best, no laboratório do professor de fisiologia John J. R. MacLeod, que rendeu à equipe de estudiosos o prêmio Nobel de Medicina e Fisiologia. Depois da insulina, a qualidade de vida dos pacientes diabéticos melhorou sensivelmente e houve muitos avanços na monitorização e no tratamento da doença.¹,²
Diabetes: uma história que começa muito antes da insulina.
O papiro Ebers, descoberto pelo alemão Gerg Ebers em 1872 no Egito, é o primeiro documento conhecido a fazer referência a uma doença que se caracterizava pela emissão frequente e abundante de urina. Acredita-se que este documento tenha sido elaborado em torno de 1500 AC. Mas foi apenas no século II DC, que a diabetes foi batizada com esse nome por Araeteus, discípulo de Hipócrates, pai da medicina.
A doença, no entanto, só viria a ser caracterizada a partir dos estudos de Willis, no século XVII, e Dobson, no século XVIII, na Inglaterra. Willis provou a urina de um paciente com diabetes e disse que era “doce como mel”. E Dobson aqueceu a urina até ressecar e formar um resíduo açucarado. Em seguida outro estudioso chamado Cullen, também no séc. XVIII (1769), criou o termo mellitus (mel, em latim), para diferenciar o diabetes caracterizado pela urina abundante com cheiro e sabor de mel, de outro chamado diabetes insipidus, com urina também abundante, mas clara, e não adocicada.
Os tipos de diabetes e as muitas formas de tratá-los.
Em meados do século XIX foi sugerido por Lanceraux e Bouchardat, que existiriam dois tipos de diabetes, uma mais grave, que se manifestava em pessoas jovens, e outra de evolução menos agressiva, que surgia em pacientes com mais idade e, frequentemente, com excesso de peso.
Se havia diversos tipos de diabetes, desenvolveram-se também diversos tipos de insulinas e várias formas de administrá-las, tais como a oral, a retal, a nasal e a pulmonar, além de inúmeras drogas e aparelhos para medição e monotorização da doença.
A metformina, introduzida na década de 1960, é até hoje a droga eleita por todos os protocolos mundiais de tratamento do diabetes. As mais importantes ferramentas auxiliares no tratamento do diabetes talvez tenham sido os glicosímetros, cada vez menores e mais fáceis de usar. As tiras reagentes, embora não tenham mudado a sua aparência por muitos anos, agora requerem uma quantidade muito menor de sangue, e as tiras com biossensores dominam atualmente o mercado. As lancetas hoje também são mínimas em tamanho e concebidas para serem o menos dolorosas possível.
Os próximos 100 anos serão desafiadores e, quem sabe, nos tragam o que todos mais desejamos: a cura definitiva da diabetes.
Referências:
- BD. A história da insulina. Disponível em: https://www.bd.com/pt-br/our-products/diabetes-care/diabetes-learning-center/insulin-treatment/history-of-insulin Acesso em maio de 2021.
- SBEM – Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia. A História do Diabetes. Disponível em: https://www.endocrino.org.br/historia-do-diabetes/ Acesso em maio de 2021.